quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Não escrevo poemas de amor


Não escrevo poemas de amor.
Nem sei se o amor se torna em poesia.
À sua maneira disforme e revelia
Assiste a ardente fenomenologia.

O mundo em sua crueza revela-se na dor.
Sutilmente domina e canta a sua melodia.
Sem máscara, não sorri para a alegria.
Será esta a diferença entre o amor e a filosofia?

É-me tão difícil compor o que é o amor!
Como descrever o sorriso de Ana Laura?
A doçura que o olhar de Daniel instaura?
Ou a alegria contagiante de Sophia Elena. Aura?

Não sei se compus um soneto de amor shakespeariano.
Talvez uma sintética e filosófica alegoria de fim de ano.






Juscelino V. Mendes 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Saudades da Bahia


Natal. Saudades da Bahia.
Vontade de voltar, mas não vou voltar
Só para continuar sentindo saudades
Do Natal, da Bahia.




Juscelino V. Mendes










terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Aparente insignificante

O que ilumina o céu à noite
e põe música no ar
faz-me cantar
os delírios de quem passa
a entender que o poderoso e
magnificente residem no aparente
insignificante.

Juscelino V. Mendes 

Monólogo sobre o Amor

Em vez do temor da morte,
Que nada tem a ver com sorte,
Agradeço a Deus a oportunidade
Deste tempo, ainda que breve,
Que jamais prescreve,
E o Amor sempiterno e Sua benignidade.



Juscelino V. Mendes 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Escola pública privada

A escola pública básica péssima, envia alunos despreparados para a universidade particular; a boa escola básica particular envia alunos bem preparados para a universidade pública! Tudo em nosso País é torto e tem como pano de fundo, e em última análise, a corrupção. E, assim, a minoria criminosa e deletéria determina as regras do viver em sociedade.


Juscelino V. Mendes 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Vade Retro Marin


O mundo dá as suas voltas! Algumas delas tão caprichosas que nos fazem refletir. José Maria Marin, ex-advogado, ex-jogador medíocre de futebol do SPFC, foi um dos apoiadores vorazes da ditadura militar brasileira. Saiu-se muito bem na vida. Aprendeu com os governos norte-americanos daquela época, a fechar a boca das pessoas, que eram contra a malditadura, especialmente órgãos de imprensa, feito a TV Cultura de São Paulo, por exemplo; colaborou na supressão de direitos constitucionais, com a censura e a repressão política àqueles que enfrentavam a ditadura. Fora amigo, até a medula, do famigerado delegado matador, Sérgio Paranhos Fleury, e o ajudou na captura de muita gente de bem deste país. 

Marin, muitos anos depois, na democracia, perdeu seu prestígio político deletério, e migrou para o futebol, donde, também, deixou as suas marcas de meliante especializado, como presidente da CBF, como acusa a polícia norte-americana. 

Eis que, no mundo delirante e apaixonante do futebol, quem diria, seria preso pelos norte-americanos de hoje, e terá de pagar na velhice, de várias formas, por seus acusados desvios e crimes políticos e desportivos.

'Vade retro', Maria Marin!




Juscelino V. Mendes 




sábado, 29 de agosto de 2015

O tempo

O tempo não urge às vezes;
penso num fogo de pouco vento,
que me faz escutar
o graveto espoucar
quieto e lento.



Juscelino V. Mendes 

domingo, 23 de agosto de 2015

fotografia do amanhã

Vi-me velho,
monturo,
um homem grisalho,
na fotografia,
num momento fugaz
em que me senti
despedindo de mim mesmo,
com as mãos saltando-se-me
num adeus quase triste.



Juscelino V. Mendes

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Os três poderes

No tripé idealizado por Montesquieu, as nossas esperanças estão no Poder Judiciário, já que o Executivo e o Legislativo sucumbiram.

Lava-Jato

Um bilhão voltou para a Petrobras lavado pela máquina anticorrupção da Lava-Jato! As almas corruptas, todavia, continuam sujas de petróleo, gás e sangue.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Quero abraço

Quero abraço,
Não um embaraço.
A sonoridade na mesma via;

A música, outra, todavia.

Não se conhece uma pessoa,

Até que se desvende o que ressoa
Nas doses de delicioso vinho,

A fraqueza de seu rosto em desalinho.



Juscelino V. Mendes

sábado, 13 de junho de 2015

O amor

O amor precipita-se
feito a fulgurante flor;
e também dissipa-se,
aos pedaços, sem pudor.

Pétalas escorregam-se,
E, lançadas ao vento,
Como sementes, abrem-se
Em novo e desbravado alento.

Juscelino V. Mendes

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Arroubos



Num ramo de flor
Ronrona a gata
Saudades
Soberbas
Despertam
Arroubos profundos
Sabores e cores
Beijos de tarde morna




Juscelino V. Mendes


terça-feira, 2 de junho de 2015

Abortos de gente

Um golfinho aturdido,
é cobertor de hipocrisia,
por muita gente defendido,
distante de qualquer sinestesia.

Essa burguesia intransigente,
sob a égide da liberdade,
sem nenhuma caridade,
defende abortos de gente.



Juscelino V. Mendes

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Palavras

Algumas palavras
me
são
encantadoras:
neblina,
flor,
névoa,
música,
terra,
aroma,
livro,
folha,
poesia,
rio,
fulgor,
criança,
forever,
butterfly,
nuvem,
sol,
chuva,
climax,
brisa,
fome,
nome,
mulher,
romance,
missão,
et cetera...


Juscelino V. Mendes

Pão abstrato

A mulher olhava 
de longe
o
pão
abstrato
que
enchia
de água
a sua boca
e
seca
pensava
concretamente
de estômago vazio
a amargura
de ser
gente.



Juscelino V. Mendes

sábado, 4 de abril de 2015

Os sonhos

Os sonhos são mais reais do que se diz. Realidade particular e íntima de ontem na revelação sonhante de hoje. É passado, não futuro. Portanto, o filme que se passa no sonhar é acontecido, vivido, saciado, acabado. E geralmente confuso, esquecido, descolorido e fincado na ânsia.




Juscelino V. Mendes

sábado, 28 de março de 2015

Gosto mais dos rios

Gosto mais dos rios, que dos mares. Os rios são próximos. Pertencem às nossas cidades, às nossas aldeias. Os mares são distantes, um sem fim de águas perigosas, imensas. Os mares são salgados, sem margens e infinitos. São violentos, com os seus tsunamis devastadores. São belos, sim; e por isso mesmo conduzem as sereias, com seus cantos sedutores e ilusões para a morte, a caminho das Ítacas do mundo, a exemplo de Ulisses em magnífica narração de Homero. Os rios, não, correm pelas nossas aldeias e suas águas são doces, amenas, próximas. Sentimos a sua musicalidade no correr das águas. E, no dizer de Heráclito, indicando o movimento, as suas águas nunca são as mesmas! Cada um pode amar o seu rio particular. E como liricamente escreve o poeta Fernando Pessoa em lindo poema:


"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, 
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

É profundo. É simbólico. É tremendamente doce e lembra-me o rio Piripiri, hoje Verrugas, talvez tenha novo nome por ser tão poluído, mas que corre pela minha aldeia e reflete a proximidade das águas que banham a minha alma entristecida, mas saudosa dos cantos dos pintassilgos em suas proximidades e que me tornavam um ser do sertão, do rio e não do mar.








Juscelino V. Mendes

sábado, 7 de março de 2015

Mulheres, mulheres, mulheres...

Friedrich Nietzsche, pelo visto, não entendia de mulher, e talvez por isso tenha enlouquecido, ou por procurar entendê-la ao seu talante, sei lá, como fez com Salomé. Na verdade, é fato que, sem vocês, mulheres, o mundo seria terrivelmente chato, sem graça e solitário. Não acreditam que se possa morrer de solidão? Pois morre-se. Sem vocês, teríamos em nós o sentimento de um náufrago, embora alguns consigam, não sei como - e nem quero saber - navegar por águas turvas e iguais, na linha de Platão. Eu não! Sem vocês, mulheres, a escuridão estreitar-nos-ia num abraço cúmplice e destruidor desde a infância. Então, que o brilho deste dia oito reservado para vocês, mulheres, testemunhe de Deus a sua grandeza criada no Gênesis de forma poética! Beijos e flores...


Juscelino V. Mendes




quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Bocado de vida que Deus me dá














Girassóis se abrem ao brilho intenso,
Sem que eu no entanto me enjoe.
Pintassilgos se aquietam,
Flores sussurram.
Sonhos coloridos.
Delícias lembranças de inúmeros prazeres!
Música de Bach: "Jesus, alegria dos homens",
Sempre a me encantar!
(Volta o curumim que outrora em Conquista,
Imitando os pássaros, bastava-se nessa alegria).
E contemplando sob o sol intenso a terra,
Recebo feliz mais um bocado de vida que Deus me dá.



Juscelino V. Mendes

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Legal a execução de Archer?

Muita gente que conheço, achou legal, sob todos os aspectos que esta palavra representa, a execução de Archer na Indonésia, acusado de tráfico internacional de drogas. Penso diferente. É ingenuidade entender que a execução de alguém que transporta drogas, as chamadas mulas, intimidará outros para que não cometam o mesmo crime. É, também, ingenuidade, culpar por esse crime hediondo apenas os que traficam drogas. Essa é a típica doença que, de forma epidêmica, está disseminada em todas as sociedades. A oferta é grande e cara, porque a procura é ainda maior, a corromper desde a família até autoridades nessa insanidade que, provavelmente, jamais terá fim, porque o ser humano é corrompido na sua própria natureza caída, conforme nos diz Jeremias (17.9): 

"Quem pode entender o coração humano? Não há nada que engane tanto como ele; está doente demais para ser curado."

Governos colaboram para que essa economia fantástica, no duplo sentido, não apenas se estabeleça, mas se aperfeiçoe ainda mais em sua senda criminosa; profissionais respeitados envolvidos como consumidores, artistas idolatrados por fãs igualmente no mesmo desiderato.

Assim, parece-me um julgamento destituído de qualquer análise sociológica, antropológica, filosófica, e, sobretudo, teológica, entender como normal uma pena de morte, como a aplicada ao Marco Archer, e, pelo que se diz, ocorrerá também com outro brasileiro, Rogério Gularte, na Indonésia e esperar que isto ajude a resolver o problema mundial e intimide outros para não fomentá-lo ainda mais. Só a fé, entrega e submissão a Deus, mudará esse estado de coisas, o que, como também parece ingenuidade acreditar que isto aconteça, porque o "...mundo jaz no maligno" (João 5:19).




Juscelino V. Mendes

domingo, 18 de janeiro de 2015

Minhas ideias









O gado pastava
devagar, ruminando
minhas ideias





Juscelino V. Mendes

Nuvens de pedra

Nuvens de pedra
Pássaro incógnito
Miragens reais



Juscelino V. Mendes

Estrelas Estáticas

Estrelas estáticas,
Pirilampeiam pela noite
E Cuiabá
Abre sua boca
Com bafo quente,
entontecedor,
Deixando um ar de enjoo
E enfado.

O pássaro de aço,
Com almas em suas entranhas,
Fura o véu da noite
Quieto, absoluto,
A caminho da Floresta-mãe.



Juscelino V. Mendes