sábado, 28 de março de 2015

Gosto mais dos rios

Gosto mais dos rios, que dos mares. Os rios são próximos. Pertencem às nossas cidades, às nossas aldeias. Os mares são distantes, um sem fim de águas perigosas, imensas. Os mares são salgados, sem margens e infinitos. São violentos, com os seus tsunamis devastadores. São belos, sim; e por isso mesmo conduzem as sereias, com seus cantos sedutores e ilusões para a morte, a caminho das Ítacas do mundo, a exemplo de Ulisses em magnífica narração de Homero. Os rios, não, correm pelas nossas aldeias e suas águas são doces, amenas, próximas. Sentimos a sua musicalidade no correr das águas. E, no dizer de Heráclito, indicando o movimento, as suas águas nunca são as mesmas! Cada um pode amar o seu rio particular. E como liricamente escreve o poeta Fernando Pessoa em lindo poema:


"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, 
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

É profundo. É simbólico. É tremendamente doce e lembra-me o rio Piripiri, hoje Verrugas, talvez tenha novo nome por ser tão poluído, mas que corre pela minha aldeia e reflete a proximidade das águas que banham a minha alma entristecida, mas saudosa dos cantos dos pintassilgos em suas proximidades e que me tornavam um ser do sertão, do rio e não do mar.








Juscelino V. Mendes

sábado, 7 de março de 2015

Mulheres, mulheres, mulheres...

Friedrich Nietzsche, pelo visto, não entendia de mulher, e talvez por isso tenha enlouquecido, ou por procurar entendê-la ao seu talante, sei lá, como fez com Salomé. Na verdade, é fato que, sem vocês, mulheres, o mundo seria terrivelmente chato, sem graça e solitário. Não acreditam que se possa morrer de solidão? Pois morre-se. Sem vocês, teríamos em nós o sentimento de um náufrago, embora alguns consigam, não sei como - e nem quero saber - navegar por águas turvas e iguais, na linha de Platão. Eu não! Sem vocês, mulheres, a escuridão estreitar-nos-ia num abraço cúmplice e destruidor desde a infância. Então, que o brilho deste dia oito reservado para vocês, mulheres, testemunhe de Deus a sua grandeza criada no Gênesis de forma poética! Beijos e flores...


Juscelino V. Mendes