terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O consolo do amor

Nietzsche diz que "Ora, sentir-se, enquanto humanidade (e não só enquanto indivíduo), tão desperdiçado como nós vemos desperdiçada pela natureza a flor isolada, isso é um sentimento acima de todos os sentimentos. Mas quem é capaz do mesmo. Certamente, só um poeta; e os poetas sabem sempre se consolar." - (Nietzsche, Friedrich Wilhelm, Humano demasiado humano. [Tradução Heloísa da Graça Burati], São Paulo: Rideel, 2005, p. 52).



Consolo-me na aspereza,
incerteza,
de uma era sem eira,
nem beira;
de um ano findo,
de outro que vem vindo,
para quê?
Para o amor,
ou nascimento de uma flor.
É tudo quanto basta!...


Juscelino V. Mendes

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Falei-lhe de ti


Falei-lhe de ti...
Disse-lhe que eras
A verdadeira Poesia.

Poesia à sinfonia 42
da arte de Mozart.

Dancemos, pois...

Juscelino V. Mendes

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Meu sorriso

Caminho pelas ruas,
avenidas,
alamedas,
estradas todas,
portando uma porção de alegria,
para bater à porta da tristeza,
que jaz à espreita
alhures,

e lhe oferecer meu sorriso.


Juscelino V. Mendes

Era Gullar

(Para o poeta Ferreira Gullar)

Era Gullar,
vivia num lugar,
palavras concretas,
nada discretas,
Brasil!
Dias,
noites,
rosas,
espinhos,
índios,
estrangeiros,
cheiro de enxofre,
de chofre...
Boca maldita de poesia concreta.
Por um instante, cala-se para sempre!


Juscelino V. Mendes

sábado, 7 de janeiro de 2017

Mais que perfeito

Era madrugada.
Insone em Lisboa, compusera no escuro um poema.
Vira o Tejo, com as suas águas azuis;
Vira as esverdeadas e frias de Cascais,
Levado por imagens fulgurantes.
Vira Évora,
Que me fizera por instantes medieval.
Adormeci.
E não me lembro mais dos versos compostos.
Levaram-mos, os pensamentos, p'ra Coimbra.
E o sonho já se tornara mais que perfeito.



Juscelino V. Mendes