sábado, 24 de agosto de 2013

Panair - Maldita dura realidade

Eu era um guri em Vitória da Conquista.
Sonhava com o pássaro de aço
e imaginava como era voar,
feito Fernão Capelo e Gaivota,
dentro daquela maravilha,
chamada Panair.
Um amigo me dissera que
no "Paná-ir" só ia gente rica
e, sendo pobre, só nas figuras
da revista vendida na única
banca da praça Barão do Rio Branco.
Comia meu acarajé, mas sempre
pensando na Panair, e nas garotas
lindas que, aprendi muito depois,
serem suas aeromoças!
Logo depois de meu aniversário
naquele 4 de fevereiro,
ouvi o Reporter Esso,

e a notícia fatídica, dolorosa,
sobre o maior acidente aéreo
do Brasil: Castelo Branco
derrubara a Panair e não
deixara nenhum sobrevivente.
Aquele pássaro nunca mais voaria,
acabando com meus sonhos.
Era a maldita dura realidade
daquele dez de fevereiro de
1965, que, por mais duas
décadas, nos fez ficção.

Juscelino V. Mendes












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