“Chegados nunca chegamos
eu e a ilha movediça
Móvel terra, céu incerto,
Mundo jamais descoberto.”
(Jorge de Lima – Invenção de Orfeu,
Canto 1º, 2ª Estrofe – V)
Árvore de covardes galhos,
Finge cobrir e abrigar
Pássaros em flébeis ninhos,
Raizada nas areias do mar.
Muda carregada no bico,
Plantada por ave de rapina,
Que se aninhara nas sombras
Para surpresa felina.
Tronco estalando à deriva!...
Blocos de folhas caem a seguir,
Pássaros voam no silêncio.
Alguns não podem partir.
Sufocados na presença do mar,
Cujas ondas secretas
Bramem sobre aparadas asas
Em ninho de fibras concretas.
Árvore, ninhos, cantos e sonhos
Descem ao pó em segundos,
Feito copas, empilhadas.
Tudo é dor e silêncio profundos.
Juscelino V. Mendes
Sobre a obra
"Naya demolições. Construtora de deputado é especializada em obras de risco como o prédio que caiu na Barra da Tijuca e soterrou oito pessoas..." - Revista Isto é, 4 de março de 1998.
Pessoas morreram por conta do desdem das autoridades sem autoridade. Neste ano de 2012, já tivemos novas desgraças semelhantes, no RJ e em São Paulo, por conta do mesmo desdem de quem deveria cuidar e fiscalizar, mas não o faz: as autoridades.
Imagens - fontes:
01-http://i1.r7.com/data/files/2C95/948F/3516/C7A7/0135/1746/1294/10A7/6Predio700.jpg
02-http://www.overmundo.com.br/uploads/banco/multiplas/1234980683_22_mhg_rio_palaceii_materia.jpg
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