na esperança de um dia
encontrar meu nome".
(Nelson Rodrigues)
As pessoas exalavam tristeza.
O espaço, maior que o destino,
Abarcava alguns em desatino
Estampando a dor em inteireza.
As flores exalavam silêncio:
De perfume acre,
Em lacre,
Fremiam no incêndio.
O ambiente abafado e triste
Lembrava-me a mim,
Com dedo em riste:
Agora você existe!
Amanhã será assim:
Real-mente triste.
Juscelino V. Mendes
Sobre a obra
As pessoas exalavam tristeza.
O espaço, maior que o destino,
Abarcava alguns em desatino
Estampando a dor em inteireza.
As flores exalavam silêncio:
De perfume acre,
Em lacre,
Fremiam no incêndio.
O ambiente abafado e triste
Lembrava-me a mim,
Com dedo em riste:
Agora você existe!
Amanhã será assim:
Real-mente triste.
Juscelino V. Mendes
Sobre a obra
Sempre que vou a um sepultamento, ou simplesmente à uma visita ao cemitério, penso e me lembro das palavras profundas de Nelson Rodrigues: "Gosto de olhar os túmulos, na esperança de um dia encontrar meu nome". Penso, sobretudo, na descrição do Eclesiastes 9: 9,10: "Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.". É a sabedoria das Escrituras Sagradas! Compus esse soneto no Cemitério Flamboyant, Campinas, por ocasião do sepultamento de um amigo.
Imagem:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4A_IzPgQlbeokKOPXyg0Ntf777DdbY9DFB7E8UdCffV28-4yFKa8dKa75pj4Wn4QaSJaa3TKEkxtDM1WS6m6Dsv9n-tYHO2I6qjmaHRJcNfi7hEYdK6pyGIpgOzu_f4GohyH3ImFxEeYz/s1600/1229471374_nelsonrodrigues.jpg
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