(p/ João Cabral de Melo Neto)
João divisa Borges
na lucidez da cegueira:
Olhos cobrem
pálpebras côncavas,
interinidades convexas.
Brilho intenso e clarão fosforescente
Pernambuco - Andaluzia.
Abrem-se-lhes os olhos além-mundo
'Theorein' acontece... acabam-se as trevas?
Juscelino V. Mendes
Theorein: palavra grega que significa tanto ver quanto saber.
Sobre o poema
Poema composto por ocasião da morte de João Cabral de Melo Neto em 1999. Singela homenagem àquele que foi um dos maiores poetas brasileiros.
"O poeta João Cabral de Melo Neto, um dos nomes mais importantes da literatura brasileira, morreu no dia 9 de outubro, praticamente cego. Triste ironia para um poeta que amava a pintura e cuja poesia explora os recursos da imagem. A obsessão construtiva fez da poesia de João Cabral um caminho singular, incomum, na literatura brasileira deste século. Poesia rigorosa, cerebral e construtiva, como o trabalho de um "engenheiro" da composição. Nascido em Pernambuco (1920), passou parte da infância vivendo em engenhos de cana-de-açúcar, experiência que marcou profundamente sua visão de mundo e sua percepção estética. Estudou em Recife com os Irmãos Maristas, mas não teve curso superior..."http://www.weblivros.com.br/especial/jo-o-cabral-de-melo-neto.html - Borges entra pela identidade na cegueira e mente iluminada.
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